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Resenha: Museo - Alonzo Ruizpalacios (2018)

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    Equipe
  • 24 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Sinopse: Na manhã do Natal de 1985, os estudantes Juan Núñez (Gael García Bernal) e Benjamín Wilson (Leonardo Ortizgris) invadem o Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México para roubar 140 peças pré-hispânicas de suas vitrines. (Fonte)

“Porque estragar uma boa história falando a verdade?”

Escondido sob a estrutura clássica de um “filme de roubo”, Museo, do mexicano Luiz Ruizpalacios surpreende pela sua apresentação única, personagens intrigantes e pela trama simples, porém profundamente humana.


Gael García Bernal, em mais uma de suas atuações memoráveis, é Juan, um jovem sem rumo de uma família de classe média, que começa o filme trabalhando no museu de Antropologia da Cidade do México para poder comprar sua maconhazinha.

O filme não se apressa para mostrar os detalhes da vida dos dois protagonistas. A direção é cuidadosa ao introduzir os personagens: a primeira meia hora do filme introduz Juan, Ben e suas vidas, sua amizade, suas famílias, seus problemas. O mundo criado por Ruizpalacios é vibrante, cheio de cores e personagens secundários vívidos.

Em grande parte, o roteiro não traz grandes surpresas e nem mesmo é o atrativo para ir assistir esse filme, mesmo porque não há muito que se esperar ou algo que já não tenhamos visto mil vezes em de um filme de assalto em 2018.

A grande atração de Museo é a direção.

Através de um estilo de direção único, Ruizpalacios é capaz de apresentar a história de uma forma completamente diferente de tudo que eu vi esse ano no cinema. O trabalho de câmera nas cenas com a família de Juan é frenético, a edição é rápida e claustrofóbica, como se estivéssemos em uma cena de ação. Quando vemos o assalto em si, a direção muda, se tornando precisa, calma e controlada. Esses são apenas dois exemplos de como o filme vai mudando seu estilo para complementar a cena, e não o contrário (como é comum hoje em dia).


Em algumas cenas, o diretor escolhe quebrar as próprias regras da filmografia, decidindo quebrar a quarta parede de formas criativas. Discutir mais sobre esses momentos estragariam-nos para o leitor, então vou me conter. O que eu posso dizer é que esses são cenas especiais e que adicionam muito ao humor único do filme.


Concluindo, eu recomendo altamente que, se possível vão assistir Museo no cinema. Não esperem um roteiro cheio de reviravoltas e cenas de ação absurdas, mas um estudo cuidadoso sobre a vida de um personagem simples.


Escrito por Fernando Cazelli.

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