Em Liga da Justiça de Zack Snyder, determinado a garantir que o sacrifício final de Superman (Henry Cavill) não fosse em vão, Bruce Wayne (Ben Affleck) une suas forças com a Princesa Diana (Gal Gadot), com planos para recrutar um time de meta-humanos para proteger o mundo de uma ameaça iminente de proporções catastróficas.
A tarefa se revela mais difícil do que Bruce havia imaginado quando os recrutas precisam encarar os demônios do passado para perceber que eram eles que os impediam de seguir em frente, permitindo que se reúnam, finalmente formando uma liga de heróis sem precedentes.
Agora juntos, Batman (Affleck), Mulher-Maravilha (Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) podem estar atrasados para salvar o planeta do Lobo da Estepe, DeSaad e Darkseid e de suas intenções malignas.
Depois de cinco anos de campanhas e de pedidos ensandecidos pelo corte do diretor Zack Snyder de Liga da Justiça, ele está entre nós. O filme traz a visão que o diretor original tinha para a equipe antes de ser afastado e substituído por Josh Whedon, que simplesmente assassinou o filme e por consequência toda uma promessa de um universo cinematográfico da DC Comics.
É necessário apontar que esse tipo de evento cinematográfico é inédito na história, um filme se completamente remontado e refeito dessa forma só foi possível graças à insistência dos fãs de quadrinhos. Por não ser um evento comum e se tratar de cem por cento da visão de um artista sobre uma obra, o filme tende a ser bem longo, devido à quantidade de coisas que foram cortadas do corte final de Liga da Justiça em 2017.
O longa acontece logo após os eventos de Batman Vs Superman: A Origem da Justiça, de cara já é possível reconhecer que o estilo do diretor se faz presente nesse novo longa. Nesse universo, que já conhecíamos anteriormente, os heróis da DC são um pouco diferentes, o Batman é mais violento, e o Superman mais humanizado e sombrio, por exemplo. Aqui não é diferente, estamos sendo reintroduzidos à essa realidade alternativa criada pelo realizador, que destoa sim do cânone da DC.
Não tem como negar que uma das assinaturas de Snyder é o seu estilo extremamente característico de dirigir longas de ação. Nesse caso aqui é bem simples, quem gosta do diretor, vai ter uma overdose do seu estilo aqui, quem torce o nariz para o estilo do mesmo, vai encontrar uma tonelada disso também. É literalmente ame-o ou odeie-o.
Aqui existe a tão esperada expansão do universo DC planejada para os filmes seguintes ao Liga da Justiça, podemos ver diferentes vilões que deveriam estar no corte original, o arco do Ciborgue que ficou completamente de fora e é a espinha dorsal da trama e o desenvolvimento dos personagens que tanto faltou no longa original.
Para além desses cortes, Snyder conseguiu aprofundar ainda mais as relações dos personagens do filme, as cenas de ação aqui são sim importantes mas são nas cenas de diálogo que os laços entre eles se fortalecem. Alguns ganham ainda mais destaque e podemos enfim ver várias pontas soltas do original serem resolvidas com esse filme.
Realmente, o filme é longo. Não são necessárias quatro horas de duração para que a mensagem do diretor fosse passada com cem por cento de eficácia, três horas e meia bastariam. O épico se desenrola e as cenas de ação, que aqui são muito melhor trabalhadas e reenderizadas, brilham.
O vilão finalmente tem uma motivação e uma explicação para estar ali. Todos os baques são sentidos de forma integral e o peso das consequências não foi perdido por conta de uma desorganização de roteiro como no longa anterior.
No final das contas o filme é literalmente tudo o que os fãs queriam, tá tudo aqui. Liga da Justiça de Zack Snyder, por mais que longo, nos apresenta a visão plena de um diretor que foi afastado do projeto de sua vida. Com o tempo utilizado, Snyder conseguiu nos trazer um acalento para toda a polêmica do Snyder Cut com um filme que é bem mais consistente que o anterior, espantosamente cômico, inevitavelmente dramático e surpreendentemente rico. Resta saber se a DC irá dar continuidade à este universo.
Escrito por Gabriel Pinheiro
Comments